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CIMETOX realizou workshop sobre o consumo ilícito de drogas

  2017-07-13       destaque     ULAN

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Texto de : Miguel José

O Centro de Investigação, Informação de Medicamentos e Toxicologia (CIMETOX), da Faculdade de Medicina de Malanje realizou um workshop sobre o consumo ilícito de drogas, em alusão ao Dia Internacional de Luta Contra o Uso Indevido e o Tráfico Ilícito de Drogas.

“Todos somos chamados a assumir a nossa responsabilidade no combate às drogas e tóxico-dependência” foi o lema do workshop que instou a comunidade académica e a sociedade a ser diligente para mitigar os efeitos do tráfico e consumo das drogas ilícitas, na segurança e estabilidade do país. Na circunstância, o reitor da Universidade Lueji A’ Nkonde, o Professor Doutor Carlos Cláver Yoba, fez uma abordagem académica, científica, sociológica e psicológica, sobre o uso das drogas ilícitas, identificando os seus conceitos básicos e, desta forma, promovendo um debate solene sobre as consequências nefastas do seu consumo.

Segundo o académico, as drogas psico-activas, pelo facto de causarem efeitos drásticos no sistema nervoso cerebral, alterando o seu comportamento, deveriam ser um assunto em constante debate, especificamente, no território angolano para que se desperte, sobretudo, a população mais jovem sobre as suas consequências biológicas, psicológicas e sociais.

 No final da sua comunicação, Carlos Cláver Yoba ressaltou que a entrada descontrolada de pessoas nos portos, aeroportos, fronteiras terrestres de países vizinhos e/ ou mesmo distantes; o negócio ilícito e descontrolado; a implicação de pessoas e instituições, cria mecanismos para entrada e permanências de pessoas ilegais no território nacional, afecta a economia e cria debilidades na Segurança Nacional.

Por sua vez, o vice-governador de Malanje para o Sector Económico, Domingos Eduardo Manuel, disse que, embora a problemática das drogas seja um desafio dos governos de todo o mundo, o governo da Província de Malanje não está indiferente ao fenómeno e tem estado a trabalhar com as autoridades afins, bem como com a sociedade geral, no sentido de combater à comercialização e o consumo das drogas na província.

 Segundo o governante, os jovens em Malanje, estão, cada vez mais, a consumir muita droga. “Tomemos como elemento de reflexão o perigo que elas traduzem na vida da nossa sociedade. É importante que cada um de nós faça a sua parte para mitigar este mal que aflige as famílias e, de um modo geral, a sociedade”, apelou o vice-governador.

Durante o workshop foram abordados em conferência temas como a “A magnitude da problemática do consumo de drogas no país e contribuição do CIMETOX no combate ao fenómeno” e o “Estatuto Orgânico do Instituto Nacional de Luta Anti-Droga e suas Políticas”, proferidas pela professora Ymilét García Gonzales e pelo professor Basílio Sassuvala Correia, respectivamente.

Ao longo dos seis anos de existência do centro, o CIMETOX tem trabalhado na prevenção do uso de drogas e ao aconselhamento e acompanhamento de pacientes consumidores de drogas, cujo objectivo é de preservar o bem-estar das populações, sobretudo a juventude angolana que é a mais visada de todas. Por exemplo, das 610 chamadas de consultas registadas no ano de 2016 pelo CIMETOX, as drogas ocuparam o terceiro lugar.

Ainda na senda do Dia Internacional de Luta contra as Drogas, em Malanje, destaca-se o aumento do consumo de drogas como a liamba. As autoridades locais denunciam que a liamba é a droga mais comercializada e consumida nas terras da palanca negra. Estes e outros assuntos mereceram atenção nos debates levantados, assinalando assim a efeméride durante a palestra realizada no Instituto Médio de Agronomia de Malanje (IMAM), localizado no Quéssua.

O comandante Provincial da Polícia Nacional, António José Bernardo, na abordagem que fez, admitiu que, em alguns círculos da sociedade malanjina, já circulam drogas pesadas, mas, ainda assim, em proporções reduzidas. “O que efectivamente está mesmo a assustar a sociedade é o consumo da liamba que tem estado a criar transtornos de fórum psicológico a muita boa gente, principalmente jovens com idade activa, que podem contribuir para o desenvolvimento económico do país”, concluiu.

O director pedagógico do IMAM, Adilson Rodrigues, salientou que a sua direcção tem identificado a circulação da cannabis (vulgo liamba) entre a comunidade estudantil, graças ao trabalho de sondagem, identificação e controlo dos alunos.

De tal sorte, o efeito deste trabalho que a instituição tem estado a exercer permitiu constatar, ainda este ano, o envolvimento de quatro estudantes associados em rede de comercialização e consumo de drogas.

O sociológo Bartolomeu Papo Seco, na dissertação que fez, apontou razões sociais, causas individuais e também familiares, como factores de atracção ao consumo de drogas. Segundo argumentou aquele académico, em qualquer país o indivíduo pode coleccionar frustrações, tendo em conta o meio em que estiver inserido.

Para ele, existem grupos de amigos, nos quais, através da curiosidade, o indivíduo pode ser levado à prática de consumo de drogas, pelo que considera não ser uma atitude correcta, sobretudo para quem é estudante.

O sociólogo, por isso, aproveitou a palestra para apelar aos pais, à direcção da escola e à comunidade educativa, como tal, a reflectirem sobre os malefícios do consumo de drogas, quer na saúde do indivíduo, quer na vida da sociedade.

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Data da última atualização: 2017-07-13
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